Em agosto, um grande encontro vai reunir profissionais da Engenharia Civil em Curitiba. É o 1? Congresso Paranaense de Engenharia Civil (CPENC), que acontecerá nos dias 16 e 17. O congresso é organizado pela Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC) em parceria com a ABENC-PR e o apoio do Sistema Confea/Crea.
A seguir, o Engenheiro Civil Marcos Tozzi, convidado para palestrar no evento, falou sobre o cenário atual da profissão, a importância do setor para o desenvolvimento nacional e mundial e as expectativas para o congresso.
1. O 1º. CPENC pode ser considerado um marco para a área de Engenharia Civil. Na sua visão, quais as principais mudanças na profissão nos últimos anos?
As principais mudanças referem-se à utilização de novas formas de construção, novos materiais e novos processos de gerenciamento de obras. O surgimento da pandemia do coronavírus e a necessidade de adoção do trabalho a distância, conduziram a investimentos em tecnologias digitais que se tornam, dia a dia, essenciais para atender as expectativas do mercado e oferecer os melhores resultados aos clientes. Como consequência, acredito que os canteiros de obra ficarão mais tecnológicos contando com o auxílio de equipamentos e ferramentas conectados à internet que automatizam e até resolvem problemas com muito mais rapidez.
2. Durante a pandemia, a engenharia civil foi uma das poucas áreas que nunca parou. Isso, por si só, já representa a importância do segmento como força motriz da economia e dos negócios. Pode comentar, por gentileza?
A Engenharia Civil nunca parou porque é a força motriz do desenvolvimento de qualquer País. A pandemia provocou o aumento dos custos de insumos, a necessidade de distanciamento social e a exigência no corte de gastos gerou desemprego e fez com que todas as empresas tivessem que reinventar seus processos. Entretanto, a Engenharia Civil se adaptou rapidamente e já mostra sinais de recuperação com os respectivos aumentos do número de obras e de empregos no setor.
Como exemplo de atuação da Engenharia Civil durante toda a pandemia e até agora, cito a cidade de Itapema/SC, com pouco mais de 80.000 habitantes, onde pude constatar a construção ininterrupta de mais de 100 prédios simultaneamente.
3. Em relação à sua palestra, ?A importância da engenharia civil no desenvolvimento mundial e nacional?. Como podemos definir o panorama atual da engenharia civil no país? Há maior maturidade no setor?
A importância da Engenharia Civil se dá pela sua atuação nos diversos sistemas fundamentais para a civilização: Habitacional, de Transporte, de Energia, de Abastecimento de Água, de Tratamento de Esgoto etc. Sem esses sistemas estaríamos vivendo em situações inadequadas e indesejáveis. Sempre defini a Engenharia Civil como a profissão abençoada por Deus, pois tudo o que realiza visa proporcionar uma melhor qualidade de vida para os seres humanos.
O panorama atual exige a atuação de profissionais capacitados a enfrentar os efeitos da pós-pandemia e de exercer uma Engenharia Civil sustentável e com inovações.
4. O que a esfera pública deve considerar como essencial nos próximos planos de governo na área de engenharia, por ordem de prioridade?
Os planos de governo variam de região para região, visando atender às suas demandas regionais. A Engenharia Civil é a responsável pela infraestrutura de desenvolvimento de um país. Dentro dos Setores em que atua, mencionados no item ?3?, os responsáveis pelos planos de governo devem se ater às prioridades de suas demandas, avaliando com antecedência o impacto efetivo de cada item do plano poderá proporcionar para o bem-estar da população.
5. Qual é a sua expectativa em relação a este evento?
A minha expectativa é a melhor possível. O encontro dos profissionais e estudantes da Engenharia Civil é sempre uma ocasião adequada para a atualização de novos conhecimentos e para os debates dos temas primordiais para o futuro da profissão.
Saliento que tenho dúvidas se a maioria dos engenheiros civis que se forma atualmente se encontra totalmente preparada para exercer adequadamente a nossa nobre profissão. Este fato baseia-se nos resultados apresentados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ? Enade, realizado pelo Ministério da Educação. Os resultados indicam que somente 20% dos cursos de Engenharia Civil estariam classificados como ?bons? ou ?muito bons?. Estou procurando atualmente verificar qual o percentual de estudantes que se enquadram nessas duas classificações. Se o percentual também for baixo, da ordem de 20%, algo precisa ser feito.
Para mais informações sobre o CPENC e inscrições, acesse: https://www.sympla.com.br/1-cpenc---congresso-paranaense-de-engenheiros-civis__1618037