Desempenho mínimo das construções é obrigação
A quarta palestra do dia no 26º CBENC foi “Desempenho das Construções: como atender à NBR 15.575”, com a Eng. Civil Edna Possan. “A norma de desempenho das edificações residenciais não é um documento sobre qualidade das construções, como dizem. Ela estabelece um desempenho mínimo, pois temos de fazer coisas que funcionem. Isso é uma obrigação”, explicou.
 
Ela contou que a norma trouxe novos paradigmas nas especificações de projetos, determinou incumbências, vidas úteis, prazos e garantias das construções nas áreas de segurança, habitabilidade e sustentabilidade. “É o que chamamos de desempenho em uso. A qualidade tem um custo mais alto. Mas ela não veio para encarecer as obras que já faziam corretamente. Só saiu mais caro para quem fazia errado, de qualquer jeito. Quem já oferecia a qualidade mínima continuou fazendo igual”, apontou.
 
Para Possan, no Brasil temos uma cultura de corrigir os problemas, ao invés de fazer certo desde o início para evitar certas patologias nas construções. “Se construirmos corretamente, não teríamos de corrigir depois. Isso passa também pela falta de qualificação dos Engenheiros no Brasil, que param de estudar após a graduação. Também temos perdido qualidade no ensino ao longo dos anos, há pouca mão de obra especializada e damos pouca importância à manutenção. Mais corrigimos do que prevenimos”, falou.
 
Tudo isso tem rendido um alto índice de judicialização de obras. “Perdas de desempenho e manifestações patológicas geram muito transtorno aos usuários, e eles vão atrás dos seus direitos, uma vez que a norma tem força de lei. Para mudar esse cenário, temos de trabalhar por melhorias e atualizações na norma e devemos projetar e construir com responsabilidade”, declarou a especialista.
 
 
Conteúdo/comunicação: Básica Comunicações
Fotos: Nublar Filmes

 
publicado em 17/12/2021

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